Sustentabilidade (na moda?)

--> Essa página possui város textos de épocas diferentes, aqui procurei relacionar os temas: Moda, Sustentabilidade, Reciclagem de roupa e Reflexões sobre eventos que abordaram o tema.

POST DIA 02/10/2013

Adoro o pessoal da ONG americana "Story of Stuff", tenho uma amiga que trabalha com eles (e eu já fiz uns trabalhos pra ela aqui no Brasil, para a ONG Crafting Change. Posto aqui o novo video deles que aborda soluções para a crise ambiental, sem tradução ainda, prometo que assim que tiver eu posto também!



Aproveitando que vc já esta aqui super embalado pelas questões socio-ambientais aqui, deixo de presente esse vídeo que considero INCRÍVEL do pensador David Harvey... Vai, assiste e descubra porque considero esse vídeo tão incrível. :-)





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Todos somos céticos

ter, 03/07/12

por Andre trigueiro |

categoria Sem categoria


Jornalista não é cientista, mas quando cobre os assuntos da ciência precisa entender minimamente os procedimentos e valores que regem esta comunidade. O que segue abaixo – em tópicos – é um resumo daquilo que me parece importante destacar sobre a cobertura dos assuntos ligados às mudanças climáticas. 
Quem são os “céticos”? 
A boa ciência, por princípio, tem o ceticismo como precioso aliado. São céticos todos os cientistas que norteiam seus trabalhos sem visões preconcebidas, dogmas ou interpretações pessoais da realidade desprovidas da correta investigação científica. É equivocado, portanto, chamar de “céticos” apenas aqueles que hoje se manifestam contra a hipótese do aquecimento global, ou da interferência da humanidade nos fenômenos climáticos. 
A diferença entre opiniões pessoais e trabalhos publicados  
Todo cientista tem o direito de compartilhar opiniões, impressões ou análises superficiais sobre o assunto que bem entender. Para a ciência, isso é tão importante quanto a opinião manifestada por qualquer leigo. Neste meio, vale o que foi publicado em revistas especializadas, de preferência as que adotam o modelo de revisão pelos seus pares, ou “peer review” em inglês (como a Science ou Nature, para citar apenas as mais famosas), onde o conselho editorial é composto por cientistas que indicarão outros cientistas. Estes terão o cuidado de aferir se a nova hipótese para a explicação de um determinado fenômeno seguiu rigorosamente os protocolos de investigação que regem o método científico. Sem isso, o conteúdo em questão – ainda que emitido por um cientista – se resume à categoria de mera opinião.
Na cobertura jornalística, em havendo controvérsia sobre um determinado assunto, convém verificar a quantidade e a qualidade dos trabalhos publicados. Até o momento, os estudos sobre mudanças climáticas se concentram majoritariamente em favor da hipótese do aquecimento global. As duas correntes científicas, neste caso, não são equivalentes nem proporcionais. Embora ambas mereçam respeito. 
A ciência do clima 
Essa é uma área nova de investigação científica extremamente complexa e imprecisa. Não há certezas absolutas (em ciência, pode-se dizer, nunca haverá 100% de certeza já que a hipótese prevalente pode um dia ser invalidada diante do surgimento de novas evidências) e a controvérsia alimenta o debate na busca daquilo que venha a ser a melhor explicação para o fenômeno observado. O próprio IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas)  reconhece em seus relatórios as várias incertezas ainda existentes. As modelagens do clima não explicam totalmente as variações de temperatura em função das emissões de gases estufa. Ainda assim, há hoje mais certezas do que dúvidas de que o planeta está aquecendo e que os gases estufa emitidos pela Humanidade contribuem para esse fenômeno. 
As oscilações naturais de temperatura do planeta em eras geológicas, a interferência do Sol nos fenômenos climáticos e todas as outras possibilidades que explicariam o que está acontecendo hoje são objeto de inúmeros estudos e pesquisas. Mesmo assim, segundo a corrente majoritária de cientistas, não há, até o momento, outra explicação mais convincente e embasada para explicar as mudanças climáticas, do que a interferência humana. 
Foi por isso que a maioria dos países assinou em 1992 o Acordo do Clima (que reconhece essa interferência no fenômeno climático), consolidou em 1997 o Tratado de Kioto (que estabeleceu prazos e metas para a redução das emissões até 2012), e definiu em 2011 o Mapa do Caminho de Durban (que estabelece o prazo limite de 2015 para que todas as nações apresentem seus compromissos formais de redução dos gases estufa para implementação a partir de 2020). 
Teoria da conspiração 
Soa leviano – quase irresponsável – resumir o endosso à tese do aquecimento global de numerosos contingentes de cientistas e pesquisadores de algumas das mais importantes e prestigiadas instituições do mundo a uma conspiração que teria por fim “impedir o crescimento econômico dos países pobres ou emergentes no momento em que eles poderiam queimar muito mais combustíveis fósseis” ou “privilegiar setores da indústria, especialmente européias, que desenvolveram patentes de novas tecnologias para a produção de energia mais limpa e renovável”. É incrível ver como declarações nesse sentido são repetidas à exaustão por pessoas que, em alguns casos, se dizem cientistas.
 Com toda franqueza: como imaginar que a maioria absoluta dos países (ricos, emergentes e pobres) com suas muitas diferenças políticas, ideológicas, econômicas e sociais, sejam manipulados de forma tão grosseira em favor de uma gigantesca farsa que teria o poder de burlar a vigilância de suas respectivas comunidades científicas? Essa absurda teoria conspiratória relega a segundo plano a idoneidade, a honestidade intelectual e a autonomia de pessoas físicas e jurídicas do mais alto gabarito, em quase 200 países, que avalizam publicamente a hipótese do aquecimento global, e com influência humana. Em se tratando apenas de personalidades brasileiras, deve-se mais respeito a figuras como José Goldemberg, Paulo Artaxo, Carlos Nobre, Luis Pinguelli Rosa, Roberto Schaeffer, Suzana Kahn, Gylvan Meira, entre tantos outros que são reconhecidos dentro e fora do país, inclusive pela produção acadêmica que lhes afere enorme credibilidade. 
Como imaginar que esse suposto “movimento orquestrado em favor do aquecimento global” seja ainda mais poderoso do que o lobby dos combustíveis fósseis (ou mesmo das empresas do setor automobilístico), a quem a hipótese da elevação da temperatura do planeta pela queima de óleo, carvão e gás tanto incomoda por razões óbvias? É inegável o poder que as companhias de petróleo ainda possuem para financiar campanhas, definir políticas públicas e os resultados de Conferências da ONU, como foi o caso recentemente da Rio+20, onde não se conseguiu reduzir em um único centavo aproximadamente 1 trilhão de dólares anuais em subsídios governamentais para os combustíveis fósseis no mundo inteiro. 
A Justiça é cega?  
Merecem registro decisões históricas da Justiça americana – baseadas única e exclusivamente no conhecimento científico já construído sobre o aquecimento global – de que o dióxido de carbono (CO2) é um “gás poluente” (Suprema Corte/abril de 2007) e que o Governo Federal tem competência para regular as emissões de gases estufa (Tribunal de Apelações, semana passada, por unanimidade). Como os juízes não são especialistas no assunto, foram buscar a informação mais confiável e balizada possível na literatura, junto a peritos e instituições renomadas acima de quaisquer suspeitas. Neste caso, o trabalho dos juízes se confunde com o dos jornalistas na busca pela informação mais confiável. 
O risco
Se não há 100% de certeza se os gases estufa emitidos pela Humanidade – especialmente pela queima progressiva de óleo, carvão e gás – contribuem efetivamente para o aquecimento global, por que se deveria apressar investimentos em mitigação (redução das emissões) e adaptação (prevenir risco de mortes e importantes perdas materiais em função dos eventos extremos, elevação do nível do mar etc)? A resposta é simples e leva em conta a mesma lógica que determina a opção por um seguro de vida, da casa ou do carro. Em todas essas modalidades de seguro, a probabilidade de acontecer algo indesejado é muito menor do que aquela que os cientistas apontam em relação ao clima. Ainda assim, muitos de nós consideram sensato recorrer a companhias de seguro para se precaver de eventuais riscos, por mais remotos que sejam. 
Há outra questão importante: todas as recomendações do IPCC para que evitemos os piores cenários contribuiriam para um modelo de desenvolvimento mais inteligente e saudável. Reduzir as emissões de gases poluentes, combater os desmatamentos, tratar o lixo e o esgoto, promover a eficiência energética, priorizar investimentos em transportes públicos de massa, entre outras medidas, geram mais qualidade de vida, saúde e bem estar. São as chamadas “políticas de não arrependimento”. Se em algum momento for proposta outra hipótese robusta para as variações do clima, o que se preconiza agora como “o certo a fazer” não deixará de ser “o certo a fazer”. Mudaria apenas o senso de urgência para que os mesmos objetivos sejam alcançados. 
Qual é a prioridade?  
Num mundo onde ainda há tanta pobreza, fome e miséria, pode-se defender como prioridade a canalização de recursos para a solução imediata destes problemas. É um pensamento legítimo. Mas o caminho do desenvolvimento pode ser sustentável e inclusivo. Uma agenda não exclui a outra. Uma questão dada como certa por boa parte dos cientistas é que o não enfrentamento das mudanças climáticas tornará a situação dos pobres e miseráveis ainda mais angustiante e aflitiva. Melhor agir, e logo.
 Antré Trigueiro - jornalista.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

III Fórum de Comunicação e Sustentabilidade (1° dia, 19 de maio)

Nos dias 19 e 20 de maio rolou no Vivo Rio um encontro maravilhoso onde vários pensadores daqui e do mundo deram um pouquinho das suas compreensões sobre suas pesquisas e visões do que está ocorrendo conosco, com a terra, ou melhor, “mãe terra”.



O evento estava muito bonito e organizado, foram distribuídos kits com material institucional de algumas empresas apoiadoras como Petrobrás, Banco do Brasil e Vale dentro de uma bolsa feita com lona (espero que a eco-lona) e mais caneta e caderno reciclados.


Começamos o dia com a interpretação da carta da terra em uma cerimônia não muito convencional, digo, era dirigida ao espiritual - onde os elementos água, terra, fogo e ar foram representados figurativamente e mantras eram cantados. Achei bacana a ousadia, só o fato de propor aos convidados que prestassem atenção no ar e na respiração já mudou o ambiente antes agitado.

Falou-se de uma interdependência como forma de vida, a educação moral e espiritual seria a base para uma vida sustentável. O intelectual, artístico, ético e espiritual deverá ser a nova religião (religare, ligar de novo...). Falaram de espiritualidade e fé atrelada ao método; “quanto maior nosso poder, maior nossa responsabilidade” – e a mídia detém poder, portanto, deveria usá-lo mais para dar abrangência às questões e temas do Fórum. A Celina Elena conseguiu emocionar muita gente, outras nem tanto.
A mediadora foi a Mona Dorf e anunciou o quadro de palestrantes do dia.

Começamos pelo jovem londrino (e lindo) Lucian Tarnowski. O jovem de terno escuro, camisa listradinha verde e branco e meias verdes, falou sobre as mídias digitais e como a geração de hoje tem o poder de difundir conhecimento através da internet , disse que a mídia social aliada à educação podem transformar o mundo de hoje num mais ideal e justo.


Entrou o Gilberto Maldonado e falou sobre os modelos de comunicação em transição e as novas redes para o futuro; “No futuro, os jovens não terão paciência com o modelo atual”. Hoje convivemos com a mídia impressa e virtual, mas no futuro teremos as redes dominando a informação, com essa visão lembrei de um vídeo que assisti até o fim (era grande) que se tratava da apresentação do IPad para o público consumidor, no vídeo o gênio Steve Jobs mostrava e tentava provar como será mais fácil e muito melhor a experiência de lêr um jornal ou livro usando a prancheta eletrônica que permite milhões de ações simultâneas e que promete revolucionar a forma das pessoas lerem qualquer coisa. Acho que o fato de economizarmos papéis = árvores = oxigênio = preservação da espécie humana já é bastante coisa para me convencer a ter um IPad, falta mesmo é o preço ser sustentável a realidade do mundo, mas dentro de uma expectativa de mercado não esta mal.

Aí veio o GOG, um MC e poeta de sobradinho, meu conterrâneo, colocou muito bem seu ponto de vista trazendo sua experiência de vida e dizendo o quanto o movimento Hip – Hop ajuda na questão da conscientização da população com relação as mais diversas questões políticas, sociais etc.

Débora Garcia do canal futura falou sobre os conceitos de sustentabilidade (sustentáculo, suporte, apoio...) fazendo referencia aos conteúdos da programação oferecida e a forma que a equipe trabalha como case para o tema. “O futura trabalha muito no sentido de mediar conflitos de conceitos e idéias às vezes proeminentes de um mesmo nicho e nessa sopa de discordâncias se torna um canal para que várias vozes possam ser expressas”. Por fim comparou outras TVs do mesmo segmento em termos de número (capital) para produção de conteúdo similar (a mesma “entrega para sociedade”), se for verdade o que ouvi achei muito significativo: Futura gasta 30 milhões x TV Brasil que gasta 350 milhões e TV Cultura 150 milhões... Que disparate! E para ela o resultado se dá na forma organizacional da empresa, equipes pequenas e prestadores de serviços de várias regiões, de acordo com o que for produzido por cada uma delas.

Vincent Defourny representando a UNESCO veio da França para falar como um filósofo. Falou do mal que nasce na mente das pessoas e como se reflete no comportamento (lembrei imediatamente dos conceitos Logosóficos), fez brincadeira com a palavra “comunicação” e “ação”. Contou um case de um enorme piquenique em Paris que fora organizado em poucas horas em um parque e que desestabilizou a polícia pois através das redes sociais podemos fazer muitas mobilizações.
Chamou-me a atenção quando ele trouxe as noções dos pilares “Logos, Pathos e Ethos” (aliás tenho um blog que se chama “Logos Ilustradas”...) como os 3 elementos que formam a perfeição em termos de comunicação e argumentação quando equilibradas: as dimensões da racionalidade, lógica e Verdade; das emoções, sentimentos e paixões e por fim formando a trilogia - a dimensão cultural, social, da credibilidade e  magnificência. Para ilustrar citou o exemplo do que acorreu no Haiti, dizendo que as pessoas estavam tão afetadas emocionalmente que houve uma grande movimentação no sentido de unir esforços m prol da solidariedade... “Mas só a emoção não basta, temos que equilibrar...”.
Falou também da questão da mulher na sociedade como divisor de águas e câmbio muito positivo e que para chegar nesse reconhecimento da mulher e do seu papel no mundo, muitas ações conjuntas foram necessárias e que hoje podemos também mobilizar as pessoas buscando mudanças positivas através da “Cultura de Paz” – Esse termo vem de fundamentos e valores que deram origem a um acordo assinado em 1999 e selado pela ONU.
Achei incrível quando ele disse que São Paulo reduziu 3x a violência através da comunicação da Cultura de Paz, e que o Rio de Janeiro não reduziu em nada esse índice medido na mesma época que São Paulo. Disse  ainda que o manifesto foi incorporado por todas as esferas da sociedade: na saúde, governo, educação etc. e por fim fez um apelo ao governo do Rio para que adote a mesma idéia. Assino embaixo!

A Nobel da Paz Rigoberta Menchú deixou muita gente emocionada, relembrou e declarou a Carta da Terra e nos lembrou que não fizemos 1% do que prometemos quando assinamos o compromisso com a “mãe terra” através da Carta. Disse que se 10% da Carta tivesse sido feito que hoje não estaríamos vivendo o caos que estamos. Falou muito sobre espiritualidade e consumismo e em como o consumo material não preenche as necessidades do ser humano porque na verdade precisamos alimentar nosso espírito e nenhum recurso material cura as dores humanas...
Falou que vivemos hoje combatendo os efeitos das crises e levantou a questão do porquê de nossas reações serem reativas e não preventivas e que devemos ter um código de ética.
Chamou-nos a atenção para o poder que detemos, falou dos tipos de poder existentes como o político, econômico e industrial e do poder de cada um, completando ao dizer que “existem pessoas que podem fazer a diferença, porém só se não forem expectadores a vida, temos que ser protagonistas” – Rigoberta Menchú.

O jornalista André Trigueiro, super engajado e articulado falou com muita intimidade sobre o tema sustentabilidade e deixou muita gente sem piscar, ele mais parecia uma metralhadora verbal, começou seu discurso falando das antigas civilizações já extintas por conta dos recursos naturais, que os arqueólogos mapearam a falência dessas civilizações que sumiram por conta do colapso que a falta de recursos naturais trouxe: “crescer por crescer é a filosofia da célula cancerosa”.


Gostei muito de uma frase que ouvi do Trigueiro: “ A pior vaidade é a vaidade intelectual" - Por ser na opinião dele um crime de lesa-pátria.


Falou muito da ética na comunicação para que os profissionais da área usem o termo “sustentabilidade” sem torná-lo vulgar, disse que estão brincando com a palavra, que a forma leviana como esta sendo usada torna o conceito superficial . Aqui fiz um link com minha pesquisa, minha principal preocupação é em saber como controlar o mkt –verde usado indiscriminadamente para agregar valor a marcas.

“Respeitem a palavra sustentável, façam comunicação com ética e fundamento” – André Trigueiro.

Em seguida veio o Tião Santos, presidente da ACAMJG Associação dos catadores do aterro Metropolitano do Jardim Gramacho, foi ovacionado ao denunciar o paradoxo sustentável e marketing –verde, disse que o primeiro não é negócio e sim responsabilidade.

O MC Ferrez de São Paulo contou sobre sua experiência no local onde mora “Capão” e em como conseguiu mudar o paradigma da população jovem local.

CONTINUO EM BREVE!

 

 

terça-feira, 25 de maio de 2010

III Fórum de Comunicação e Sustentabilidade (20 de maio)


Mesa 3: Respeitar e cuidar da Comunidade da vida.
A Marisa Orth realmente é uma figura e conseguiu deixar a platéia menos irritada mesmo após várias tentativas de solucionar um problema com os fones que traduziriam as palavras do ovacionado  Muhammad Yunus (criador do banco dos pobres -  Grammen Bank, e Prêmio Nobel da Paz em 2006).
E as confusões persistiram... (quem vai traduzir o Yunus?)

  A médica Vera Cordeiro (amiga e seguidora do Yunus) se dispôs a fazê-lo, mas na verdade ela foi é se adiantando  para usar logo seus 15 minutinhos de verbo, verboarra, verborragia...  A Dra. Vera fundou a Associação Saúde Criança e relatou os problemas que  a miséria  acarreta defendendo formas de combater o ciclo vicioso (miséria, internação, reinternação e morte – comum entre os pacientes atendidos na pediatria). 
Com tradutora a postos Yunus nos contou sua experiência bem sucedida com a criação do banco que dá crédito aos pobres, com foco em mulheres - que conseguem gerar renda e custear o estudo dos filhos que por vez se formam em universidades e através dos estudos conseguem retribuir a sociedade o bem que lhes foi concebido – muitas vezes se tornam empreendedores gerando emprego nas vilas onde nasceram. Falou da nossa responsabilidade individual salientando que nem o governo, nem a indústria nem o terceiro setor conseguirão sozinhos resolver os problemas da crise em que vivemos.

“Toda vez que vejo um projeto com problemas eu
crio outro projeto para solucionar o problema”
  Muhammad Yunus.



Após o break para o lanchinho, o tão esperado encontro com o Leonardo Boff. 

Pessoalmente sou durona e crítica, o Boff fez meus olhos não se agüentarem, os sentimentos entraram em ebulição e senti que diante de mim estava a testemunha viva de um ser que fez de sua existência a missão; mobilizar a sociedade em prol da conscientização altruísta que falta para um mundo melhor.
Religião, cultura, idioma, nada abafava aquelas verdades ditas com força e serenidade. 

Suas palavras incomodavam também, por mexer com aquela parte que dormia, com o íntimo, me senti sacudida com o chamado do professor de ética que ousou em romper com a instituição mais poderosa do mundo para prosseguir com suas pesquisas - hoje difundidas em seus mais de 60 livros que vão da teologia, filosofia à mística e antropologia.  


 “Um ponto de vista é apenas a vista de um ponto”
“Ou fazemos uma aliança global para cuidar da vida ou nos extinguiremos”
“A ética do cuidado é a maior força que se opõe a entropia”

Vieram os debates, o MV Bill se colocou muito bem, sua participação foi bem diferente da dos outros mc´s convidados, senti orgulho do Rio ao ver o nível de articulação do rapper, criticou a indústria cinematográfica que vende inverdades de forma leviana e mercadológica como foi o caso do filme “Cidade de Deus”, que deveria se chamar cidade dos homens  - segundo ele; narrou o resultado do impacto gerado pelo filme e seus reflexos negativos na comunidade que passou a carregar o estigma da imagem permissiva e tendenciosa, que foi hostilizada pela sociedade, que ficou excluída, que sofreu com a violência da polícia alimentada pela ignorância e ilegitimidade.
A gerente de programas sociais da Petrobrás, Janice Dias falou da metodologia que ela usa, do diálogo horizontal e democrático que leva a tirar o cidadão da posição de vítima e da lamentação e abre portas para esse mundo ideal tão falado no Fórum. Disse que desenvolvimento com cidadania requer igualdade de oportunidades – seja regional, local etc.

Falou do case da Petrobrás, da demanda de projetos e dos critérios de avaliação e aprovação  e enfatizou que a Petrobrás acredita na capacidade de gestão das ONG´s – que o problema esta na dificuldade de sistematizar as informações dos resultados dos esforços empenhados.

Mais um intercambio foi aberto com muitas perguntas do público presente e via internet – através de instituições que participavam em tempo real – e em todo Brasil.

A noite encerrou com vários shows com Seu Jorge, Mallu Magalhães, Móveis Coloniais de Aracajú, GOG, Jair de Oliveira, MV Bill e Ferrez.

 
Jovens chegando para o encerramento que continha um conceito simbólico: homenagear a Carta da Terra.
Luzes apagadas, cerveja por 5,00 reais o copo quente (preço nada sustentável...) e  os rappers em cena.

“Um clima de azaração, sensação que pra  informação tem que ter o tal pão e circo senão não há motivação, lamento essa minha geração.” – Janara Morenna.





quarta-feira, 19 de maio de 2010

sustentabilidade em toda parte

Perdi aula do mestrado para ir ao seminário sobre propriedade intelectual e design, valeu a pena. A discussão girou em torno de como agregar valor ao seu projeto e como protegê-lo. O pessoal do INPIesteve presente também e pude observar como as questões relacionadas aos conceitos a sustentabilidade hoje em dia preocupam industriais, designers e profissionais do marketing.

 Como fazer diferente, inovar e projetar com base nos 3 R´s
Reciclar
Reutilizar
Reduzir


Acrescento aí: 
Respeitar
Repensar

Como fazer um produto inovador com base nos conceitos éticos ambientais e introduzir no mercado a sua idéia?
A equação correta envolve muitas pessoas de preferência com visões diferentes para que a discussão seja aberta e sem "vícios"; plano de negócios, testes, pesquisas, gerenciamento do projeto, participação em editais, prospecção para descobrir prováveis parceiros, envolver "juniors" ou incubadoras de empresas no projeto e estar aberto para novas idéias, mantendo o equilíbrio entre os aspectos racionais e objetivos com os subjetivos foram algumas dicas que colhi na palestra do Cláudio Patrick da Clever Pack, mas o que ficou mesmo foi o enfoque que ele deu para a questão dos novos paradigmas que devem ser forjados no cotidiano das empresas. Não como um alarme utópico - mas sim como uma necessidade de adaptação e seleção natural em que os modelos antigos de gestão e produção estão fadados à extinção por meio das exigências primordiais do nosso planeta, que não suporta mais o modelo de consumo e desenvolvimento capitalista e desenfreado; sem medir conseqüências e impactos deixados pela corrida mercadológica  e por parte da sociedade que hoje passa a cobrar soluções dos empresários e não mais do governo, pois o poder esta nas mãos das corporações, portanto, o destinatário das cobranças também.

Segui muito feliz para o Fashion Business e logo na entrada dei de cara com uma ambientação com enfoque  na sustentabilidade. Jardins suspensos nas paredes, madeira reutilizada, material reciclado para os móveis e muita PROPAGANDA com as palavras SUSTENTABILIDADE, RECICLAGEM, PLANETA  etc. Achei um tanto cômico entrar no  f a s h i o n (moda)  B u s i n e s  s (negócios, comércio, consumo...) e respirar essa atmosfera propagada em todo o conceito do evento (claro que não preciso lembrar que agregar valor, sentimento e estima a marca entram nessa modelagem “altruísta”).
O que senti falta – até procurei, mas não encontrei – salvo 2 ou 3 marcas - foram stands de marcas que realmente trabalham com base nesses conceitos. Vi ao contrário muito desperdício de “lixo” (leia-se exagero de folders espalhados, embalagens, plásticos, garrafas com 80% do conteúdo sem beber e descartadas em algum canto etc.) Daí me perguntei como pôde o estrategista de marketing idealizar um projeto tão bacana e esquecer de incluir – ou chamar para participar dessa enorme responsabilidade que é difundir os preceitos da sustentabilidade; os comerciantes que lá expuseram suas marcas? Qual a quantidade de lixo eles produziram? Para onde foi? Eles separaram parte da sua coleção para produtos ecologicamente corretos?
Quantos usaram malha reciclada? Orgânica? (bambu leia-se mkt-verde). Quantos usaram tintas não tóxicas, não poluentes para suas lindas estampas? Quantos empregaram comunidades ligadas a associações, ONG´s e cooperativas?

Falar de sustentabilidade é bonitinho, “está na moda”, mas ser sustentável requer um pouco de “xiitismo”, tem que investigar os processos de toda a cadeia da produção até a distribuição e comercialização de um produto ou idéia, tem que ter ética e moral e essas duas últimas palavrinhas, lamento muito, são esquecias por muitos profissionais do segmento de moda, e eu, que escolhi a área por amar inovação, criação e comportamento, me sinto às vezes envergonhada de fazer parte de um grupo dominado por um padrão que banaliza conceitos tão importantes – que merecem respeito, que não são fúteis, que diz respeito à geração ao qual pertenço, da minha anterior e das futuras.

Por outro lado fico esperançosa de que a iniciativa servirá para pelo menos fomentar a discussão e difundir os conceitos ou conscientizar a população através da super exposição que os meios de comunicação geram,  tenho esperança que essa informação será passada com ética também, respeitando o significado dos termos e sem apelos.

A propósito... Amanhã estarei no fórum Internacional de comunicação e sustentabilidade!!!! Estou ansiosa para ouvir tanta gente engajada na busca por soluções para essas questões.

moda e sustentabilidade (possível?)



Ouvi o relato de um amigo que comprou umas camisetas da marca Ferrari e depois se ferrou com o cartão de créditos. Fiquei com a estória na cabeça e resolvi escrever o seguinte pra ele:

Querido amigo Ferrado pela ferrari,

Em uma análise que visa somente trocar impressões e não julgar seus impulsos e valores, me referirei a questão do consumo. Tenho estudado o marketing em várias modalidades e a que mais domino ou talvez me   impressione creio ser a parte comportamental que é estudada pro consumo.

O valor agregado às marcas, os signos de distinção, discriminação, status, afinidade, afetividade etc, são alguns conceitos que tornam legitima ou não a valorização que se dá por determinado produto e marca.

A maioria de nós recebe passivamente essa lavagem, pois vivemos em um mundo social cheio de códigos, esse sistema não é sinônimo de liberdade embora se baseie em imagens que muito se assemelham a ela.

Então fico pensando em como pode a gente ser tão “otário” de saber isso tudo e de repente achar o máximo comprar uma simples camiseta feita na China (whatever se foi na Europa , se foi o regime lá de mão de obra  com certeza é similar ao chinês, feito em algum pueblo do sul da Europa)... Voltando, gastar rodos (veja bem preço é algo subjetivo) com a desculpa do afeto que temos pelo conceito envolvido... Essa camisa de malha ou sei lá que material, terá uma vida útil, envelhecerá, logo outras mais "bacanas" estarão no mercado mas nessa hora tudo fica escuro e só vemos a grande oportunidade de consumir um fetiche, um bem que carrega uma carga emocional... Que achamos barato, pois esta em liquidação - que talvez me fará sentir mais importante, bonito ou atrair o sexo oposto...Enfim, seja lá qual for a explicação porque somos tão idiotas?

O rico tem o direito de comprar uma camiseta básica de algodão da Diesel por 500,00 no Brasil, o que quer parecer rico quando vê por 499, também - mas não me refiro a liberdade de escolhas e nem poder de compra... Refiro-me a idiotice que nos leva a comprar quando sabemos o que há por traz das marcas, independente de ser rico, pobre ou qualquer outra classe.

Nesse teatrinho social decidi ficar de fora sem que possam marginalizar minha imagem. Pessoalmente sempre gostei de estar bem vestida e antes isso implicava o uso das grandes marcas, do luxo, da estética hight, isso na minha adolescência... Hoje prefiro estar bem vestida sem me render aos apelos das marcas que super over precificam seus produtos, pois vendem estilo de vida e o intangível.

Beijos,
Janara.



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 As mulheres que não abrem mão de um saltinho acabam comprando mais sapatos não só pelas tentações do mundo das tendências e da efemeridade e modismos, também por conta de calçadas como a do Rio de Janeiro com pedrinhas portuguesas - perfeitas para destruir um salto em 5 minutos!


Estamos numa era que é preciso viver com mais simplicidade, consumir menos não significa virar "bicho-grilo", ser mega consumista é over, anos 80 já passou, temos agora é que repensar e reduzir mesmo, lanço aqui uma campanha: 

"ser style é ser criativo e não consumista"


 



Recomendo usar os protetores de salto no lugar de adquirir outros sapatos, aliás se você tem um scarpin por exemplo, não precisa ter várias cores do modelo no armário, basta ter as opções de cores no protetor. Fica mais bacana, mais moderno, é mais barato e causa menos impacto ao meio ambiente para ser fabricado!





Faz bem pra gente não exagerar!









 Falar de sustentabilidade está na moda, mas será que fazemos algo para diminuir o impacto do nosso consumo de peças do vestuário?

Sempre me recusei a jogar fora peças que eu gostava só porque estava manchada ou o modelo se tornou obsoleto.

 Se comprar novas roupas então faça doações das antiguinhas para pessoas carentes.

Abaixo algumas ideias que transformam seu armário em um closet aberto para vida de consumo consciente:

Saia da Zara
Problema: rasgada e a cor (verde musgo)
virou:


Detalhe do retalho de resto de tecido de borboleta plissado valorizando a peça

 Tingimento que foi ao forno para dar o aspecto detonado


Vestido da tia:
Problema: Antiguinho estava amarelado e pequeno nas costas
Virou: Vestido tingido estilo " Vou pra Ilê Angra curtir um eletrônico"
Detalhe no busto: Borboleta bordada (vende na caçula)
Detalhe costas: Corpete (vende à metro a fita para aplicar e passar cordinha)


Tingimento com tinta ecológica fria




Diversas
Problema: velha ou manchada
Solução: tingimento (tinta ecológica, não poluente e à frio)
Estilo: night despojadinha ou beach hypada


Essa blusa (Espaço Fashion) além de velinha (pintei, adoro esse ar made hand)  tinha modelagem reta, marquei a cintura e plissei a barra para ajudar o caimento.


 Aplicações e tingimento

 Tingimento nas manchadinhas







Saias rodadas (godê) da Zara
Problema: modelagem obsoleta e enjoei da peça
Solução: transformadas em blusas ou mini vestidos






Resto de malha com partes marcadas de caneta da fábrica
Solução: incorporar o escrito e tingir de forma bem irregular
Vestidinho verão despojado, aproveitei retalhos e restos de aviamentos



Na época me empolguei com a tinta PUFF FLÚOR... Use e depois passe o ferro para ela expandir.



Na época me empolguei com os bordados na basiquinha, garantia de singularidade:

Com paetês da Altero

Com retalhos de jeans

Com paetês, canutilhos, linhão e tinta pra tecido.


Blazer 80´que mamãe usou - Krisna
Problema: Ombro largo e muita nafitalina

Solução: Aplicação de madri pérola de uma pulseira que arrebentou no pescoço (inspiração da coleção Animale Spike) e drapeei o ombro.



Vestido antiguinho
Problema: tamanho longuete (ia até a metade da panturrilha) e marcava muito a silhueta. 
Solução: Drapeado da moda, transformei em um mini a apliquei peças imitando pedras no tom (resto de bijoux).



Resto de tecido de uma blusa virou mini saia