Como fazer diferente, inovar e projetar com base nos 3 R´s:
Reciclar
Reutilizar
Reduzir
Acrescento aí:
Respeitar
Repensar
Como fazer um produto inovador com base nos conceitos éticos ambientais e introduzir no mercado a sua idéia?A equação correta envolve muitas pessoas de preferência com visões diferentes para que a discussão seja aberta e sem "vícios"; plano de negócios, testes, pesquisas, gerenciamento do projeto, participação em editais, prospecção para descobrir prováveis parceiros, envolver "juniors" ou incubadoras de empresas no projeto e estar aberto para novas idéias, mantendo o equilíbrio entre os aspectos racionais e objetivos com os subjetivos foram algumas dicas que colhi na palestra do Cláudio Patrick da Clever Pack, mas o que ficou mesmo foi o enfoque que ele deu para a questão dos novos paradigmas que devem ser forjados no cotidiano das empresas. Não como um alarme utópico - mas sim como uma necessidade de adaptação e seleção natural em que os modelos antigos de gestão e produção estão fadados à extinção por meio das exigências primordiais do nosso planeta, que não suporta mais o modelo de consumo e desenvolvimento capitalista e desenfreado; sem medir conseqüências e impactos deixados pela corrida mercadológica e por parte da sociedade que hoje passa a cobrar soluções dos empresários e não mais do governo, pois o poder esta nas mãos das corporações, portanto, o destinatário das cobranças também.
Segui muito feliz para o Fashion Business e logo na entrada dei de cara com uma ambientação com enfoque na sustentabilidade. Jardins suspensos nas paredes, madeira reutilizada, material reciclado para os móveis e muita PROPAGANDA com as palavras SUSTENTABILIDADE, RECICLAGEM, PLANETA etc. Achei um tanto cômico entrar no f a s h i o n (moda) B u s i n e s s (negócios, comércio, consumo...) e respirar essa atmosfera propagada em todo o conceito do evento (claro que não preciso lembrar que agregar valor, sentimento e estima a marca entram nessa modelagem “altruísta”).
O que senti falta – até procurei, mas não encontrei – salvo 2 ou 3 marcas - foram stands de marcas que realmente trabalham com base nesses conceitos. Vi ao contrário muito desperdício de “lixo” (leia-se exagero de folders espalhados, embalagens, plásticos, garrafas com 80% do conteúdo sem beber e descartadas em algum canto etc.) Daí me perguntei como pôde o estrategista de marketing idealizar um projeto tão bacana e esquecer de incluir – ou chamar para participar dessa enorme responsabilidade que é difundir os preceitos da sustentabilidade; os comerciantes que lá expuseram suas marcas? Qual a quantidade de lixo eles produziram? Para onde foi? Eles separaram parte da sua coleção para produtos ecologicamente corretos?
Quantos usaram malha reciclada? Orgânica? (bambu leia-se mkt-verde). Quantos usaram tintas não tóxicas, não poluentes para suas lindas estampas? Quantos empregaram comunidades ligadas a associações, ONG´s e cooperativas?
Falar de sustentabilidade é bonitinho, “está na moda”, mas ser sustentável requer um pouco de “xiitismo”, tem que investigar os processos de toda a cadeia da produção até a distribuição e comercialização de um produto ou idéia, tem que ter ética e moral e essas duas últimas palavrinhas, lamento muito, são esquecias por muitos profissionais do segmento de moda, e eu, que escolhi a área por amar inovação, criação e comportamento, me sinto às vezes envergonhada de fazer parte de um grupo dominado por um padrão que banaliza conceitos tão importantes – que merecem respeito, que não são fúteis, que diz respeito à geração ao qual pertenço, da minha anterior e das futuras.
Por outro lado fico esperançosa de que a iniciativa servirá para pelo menos fomentar a discussão e difundir os conceitos ou conscientizar a população através da super exposição que os meios de comunicação geram, tenho esperança que essa informação será passada com ética também, respeitando o significado dos termos e sem apelos.
A propósito... Amanhã estarei no fórum Internacional de comunicação e sustentabilidade!!!! Estou ansiosa para ouvir tanta gente engajada na busca por soluções para essas questões.
Primeiramente parabéns pela análise feita do fórum e pelo ponto de vista apresentado.
ResponderExcluirContudo, apresento um contra ponto:
Mesmo que os empresários, governo e pré candidatos à presidência foquem no tema sustentabilidade, que você mesma cita ser um assunto banalizado, entendo que há uma hipocrisia em querer aplicar o conceito em tudo que vemos pela frente.
Apesar das idéias serem válidas, às vezes elas são utópicas do ponto de vista do sistema capitalista. A sustentabilidade confronta diretamente com o capitalismo, com a competitividade e com o capital propriamente dito.
Um produtor, um empresário ou até mesmo um consumidor que não possui condições financeiras, culturais e sociais de aplicar a sustentabilidade, ele vai permanecer com seus custumes de "agredir" o meio ambiente seja da forma que for, justamente pela utilidade e necessidade que o ser humano têm de consumir e produzir. Caso essas pessoas sofram represárias ou retaliações por não estarem seguindo os conceitos de sustentabilidade, automaticamente elas estarão sendo excluídas da competitividade e/ou da sociedade.
Portanto, um dos pilares da sustentabilidade já entrou em contradição: o social.
Vejo que o conceito de sustentabilidade não deve ser dominante e tampouco agressivo aos que não o utilizam.
Boa noite.
Abraço
Brilhantes colocações Fernando, prometo que amanhã responderei com calma, hoje lembrei muito das suas questões ao ouvir alguns pensadores...Estou ansiosa para completar esse intercâmbio de ideias! Bjos
ResponderExcluirVamos lá Fernando,
ResponderExcluirVc disse que a sustentabilidade confronta o capitalismo... Até a China já disse que quer parar de crescer, se eles, os chineses fizeram as contas e constataram que tava ficando caro despoluir, ficar sem recursos naturais como a água e preservar; então fica mais barato crescer menos... Se vc é economista então use a lógica de um pragmático...
Outra coisa, um empresário, agricultor ou consumidor como vc disse podem continuar produzindo ou consumindo, pois nós somos consumidores - sempre fomos e sempre seremos mas podemos mudar a forma de pensar e começar a usar a inteligência e a consciência para que não nos afundemos por conta de simples mudanças de paradigmas, basta saber usar a tecnologia, inovação e design de forma correta e também claro parar de desperdiçar inultilmente... Sai mais barato viver, é sustentável é mais econômico, lógico e ético!