Estudos para disciplina História do Design com o professor Ricardo (PUC-Rio).
Livro: Uma introdução à História do Design
Autor: Rafael Cardoso
Designer: Flavia Marinho (infográfico), os principais fatos na história da imprensa.
Introdução
O livro foi lançado em 1999 e desde então já foi reeditado várias vezes e também atualizado pelo autor:
Cap. 1 - Introdução
História e design
A história não trata de acontecimentos do passado de maneira geral e sim de acontecimentos importantes, os que contribuíram para mudanças na sociedade. Quem escreve a história? Com base em quais critérios?
Tais perguntas remetem a subjetividade de cada lugar onde a história é contada, de forma que há sempre múltiplas versões, olhares, valores etc.
Ao longo dos tempos, uma versão de "fatos" contada pode sofrer muitas mudanças, como com um telefone sem fio, já que cada testemunha do incidente tem sua forma de pensar, valores, matizes de comportamento e psicologia diferentes, além de suas experiências anteriores. Todo fato histórico possui inúmeras fontes e formas de interpretar, por isso, cabe ao historiador selecionar e avaliar a forma e os fatos de maior relevância, além da delicada tarefa de interpretar e contar.
A versão histórica é uma contínua construção e a época em que uma versão é contada influencia na forma como ela é passada. Há aqui uma contradição: se a história é uma construção, então nehuma delas é definitiva. Repensar a história do Design pra quê? Para não cair no erro que a valha máxima afirma: "quem não conhece a história pode repetir os erros do passado"? Mas se a história é um processo contínuo de construção, como repetir erros? A resposta é que embora se tratando do passado, toda história é escrita no presente, em um contexto específico. O passado pode não mudar mas a interpretação muda no presente e no futuro.
O estudo da história do design é um fenômeno recente, datam de após 1920 com maior maturidade acadêmica nos últimos 20 anos.
Como toda profissão nova, a primeira preocupação era delimitar o campo, as práticas e os particantes preferidos, muitas vezes criando uma norma para o que está "dentro" e o que está "fora" da tradição. Buscavam a afirmação de uma identidade profissional, determinando o que seria legítimo e excluindo o que seria ilegítimo.
As primeiras histórias do design, datadas no período modernista impunham visões dogmáticas do que "é design" ou "não é design", o que restringiu a atuação do designer a abertura de novas possibilidades de abertura e diálogo com demais ciências.
O livro privilegia as grandes tendências sociais e culturais no contexto de amadurecimento do design como campo, e não biografias de designers famosos. Há também a ênfase na cultura material (os artefatos), geradas por designers no Brasil no formato de texto e imagem. Aqui, cabe argumentar que não há sobreposição de grau de importância entre o texto e a imagem, já que no campo do design, a imagem tem tanto valor (argumento iconográfico) quanto o texto, ao contrário dos outros tipos de história, onde as imagens assumem papel apenas de ilustração.
A natureza do design
A necessidade de delimitar o termo, a fim de não gerar confusão, já que "design" é um termo empregado de diversas formas e no Brasil a palavra é estrangeira, nos permite buscar em diversas fontes, a começar pela sua origem estrangeira, design é uma palavra inglesa e remete ao substantivo que remete à ideia de planp, desígnio, intenção, quanto à configuração arranjo, quanto à configuração: estrutura (que pode ser também de algo como o universo ou uma molécula). Etimológicamente, em latin (origem mais remota) está designare
(continua)
Livro: Uma introdução à História do Design
Autor: Rafael Cardoso
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Designer: Flavia Marinho (infográfico), os principais fatos na história da imprensa.
Introdução
O livro foi lançado em 1999 e desde então já foi reeditado várias vezes e também atualizado pelo autor:
"Ao redescobrirmos o passado, não resta dúvida de que estamos também a reinventar o presente . Se os campos de estudo se transformam, o que dizer, então, dos indivíduos que os compõem?" - Prefácio à terceira edição.O livro é sob uma perspectiva do Design brasileiro, apesar de beber nas fontes de obras sobre a história do Design em geral. A perspectiva que visa enfocar a história do Design no Brasil é um tanto desafiadora, tendo em vista a própria dificuldade de definição do campo, a falta de pesquisas na área, a posição tardia e marginal que o Brasil ocupa e as características da natureza do campo, interdisciplinar, de perspectiva múltipla.
Cap. 1 - Introdução
História e design
A história não trata de acontecimentos do passado de maneira geral e sim de acontecimentos importantes, os que contribuíram para mudanças na sociedade. Quem escreve a história? Com base em quais critérios?
Tais perguntas remetem a subjetividade de cada lugar onde a história é contada, de forma que há sempre múltiplas versões, olhares, valores etc.
Ao longo dos tempos, uma versão de "fatos" contada pode sofrer muitas mudanças, como com um telefone sem fio, já que cada testemunha do incidente tem sua forma de pensar, valores, matizes de comportamento e psicologia diferentes, além de suas experiências anteriores. Todo fato histórico possui inúmeras fontes e formas de interpretar, por isso, cabe ao historiador selecionar e avaliar a forma e os fatos de maior relevância, além da delicada tarefa de interpretar e contar.
A versão histórica é uma contínua construção e a época em que uma versão é contada influencia na forma como ela é passada. Há aqui uma contradição: se a história é uma construção, então nehuma delas é definitiva. Repensar a história do Design pra quê? Para não cair no erro que a valha máxima afirma: "quem não conhece a história pode repetir os erros do passado"? Mas se a história é um processo contínuo de construção, como repetir erros? A resposta é que embora se tratando do passado, toda história é escrita no presente, em um contexto específico. O passado pode não mudar mas a interpretação muda no presente e no futuro.
O estudo da história do design é um fenômeno recente, datam de após 1920 com maior maturidade acadêmica nos últimos 20 anos.
Como toda profissão nova, a primeira preocupação era delimitar o campo, as práticas e os particantes preferidos, muitas vezes criando uma norma para o que está "dentro" e o que está "fora" da tradição. Buscavam a afirmação de uma identidade profissional, determinando o que seria legítimo e excluindo o que seria ilegítimo.
As primeiras histórias do design, datadas no período modernista impunham visões dogmáticas do que "é design" ou "não é design", o que restringiu a atuação do designer a abertura de novas possibilidades de abertura e diálogo com demais ciências.
O livro privilegia as grandes tendências sociais e culturais no contexto de amadurecimento do design como campo, e não biografias de designers famosos. Há também a ênfase na cultura material (os artefatos), geradas por designers no Brasil no formato de texto e imagem. Aqui, cabe argumentar que não há sobreposição de grau de importância entre o texto e a imagem, já que no campo do design, a imagem tem tanto valor (argumento iconográfico) quanto o texto, ao contrário dos outros tipos de história, onde as imagens assumem papel apenas de ilustração.
A natureza do design
A necessidade de delimitar o termo, a fim de não gerar confusão, já que "design" é um termo empregado de diversas formas e no Brasil a palavra é estrangeira, nos permite buscar em diversas fontes, a começar pela sua origem estrangeira, design é uma palavra inglesa e remete ao substantivo que remete à ideia de planp, desígnio, intenção, quanto à configuração arranjo, quanto à configuração: estrutura (que pode ser também de algo como o universo ou uma molécula). Etimológicamente, em latin (origem mais remota) está designare
(continua)
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