Os indios Karajás ou Carajás são além de excelentes lutadores e artistas na dança, conhecidos também pelas habilidades manuais facilmente notadas em suas artes como na pintura corporal e em suas peças que podem conter: argila, cerâmica, sementes, penas etc.
Nas esculturas e nas técnicas eles usam cores de pigmentos naturais. Conseguem traduzir através do grafismo o simbolismo da tradição passada por gerações.
Esse povo do qual me orgulho de carregar um pouquinho na genética - lá atrás, quando minha bisavó foi literalmente laçada por um estrangeiro (espanhol ou italiano), representa uma cultura carregada de tradições espirituais e de fecunda sabedoria.
As telas
Meu referencial estético para essa fase começou da junção das formas que sempre me impactaram. Da delicadeza dos traços renascentistas do Botticelli retratando a mitologia, as deusas e principalmente a Vênus; imagem sempre presente em todas as minhas produções, passando pelos traços inesperados que dialogam com cores incertas e o caos do surrealismo, até os delicados contornos dos traços que lembram emaranhados orgânicos, quase rococó.
Na técnica mista de um aquarelado ou de textura mais densa, as linhas lembram a antiga caneta bico de pena adaptada para a dimensão da tela, que também varia no tamanho, podendo conter uma pin up índia com o grafismo Karajá ou um pássaro surrealista, mas juntos, todos carregados de muitas ou algumas borboletas.
Telas que foram para Alemanha, coleção particular:
